Sim, aquele bairro tem uma cultura própria, enraizada ali durante estes 30 e tal anos de construção clandestina, e que não se pode apagar com uma borracha. Ainda por cima tratando-se de imigrantes de uma ex-colónia portuguesa. De certa forma, é Cabo Verde dentro de Lisboa.
Comecei a ver na imprensa uma grande preocupação, e ainda bem, para este fenómeno da Cova da Moura. Era um sítio altamente conflituoso, com grande visibilidade, misturada com uma certa vontade de arrasar aquilo por interesses imobiliários. De qualquer forma, eu tinha ideia de que o bairro funcionava de forma organizada, que não era propriamente um bairro de barracas. Eu gosto de causas e vi ali mais uma causa a defender. E fui lá ver o que se passava. A pouco e pouco, ao longo de três anos, comecei a familiarizar-me com aquela realidade e a gostar do que estava a ver. E a perceber que as televisões e os jornais não estavam a mostrar o retrato todo. Eu quis ver o lado positivo sem esquecer que o negativo também existia.
Olá a todos!
ResponderEliminarFiz referência ao filme aqui:
http://www.grande-ecra.com/2010/05/12/a-ilha-da-cova-da-moura/